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Música Gerada por IA Gera Debate Legal e Ético na Indústria Musical

Música Gerada por IA Gera Debate Legal e Ético na Indústria Musical

A ascensão dos sistemas de IA capazes de gerar música apresenta à indústria musical um novo desafio. Esse desenvolvimento provocou discussões sobre criatividade, direitos autorais e o futuro da indústria. Artistas, estúdios e especialistas jurídicos têm se interessado pelo tema, levantando questões importantes sobre o equilíbrio adequado entre tecnologia e arte humana.

Um exemplo recente ilustra as capacidades atuais da música por IA: Quando solicitado a criar uma “canção Americana” no estilo da cantora indicada ao Grammy, Tift Merritt, o serviço de IA Udio produziu uma faixa com letras sobre “dirigir por estradas antigas” e “observar os campos e céus mudarem e balançarem.” Merritt, no entanto, descartou o resultado como carente de criatividade e equivalente a “roubo.”

A postura de Merritt ressoa com muitos artistas, incluindo Billie Eilish, Nicki Minaj e Stevie Wonder, que assinaram uma carta aberta alertando que a música gerada por IA poderia “sabotar a criatividade” e marginalizar artistas humanos.

A questão vai além de cantores individuais, com grandes gravadoras como Sony Music, Universal Music Group e Warner Music processando a Udio e outra empresa de música por IA, Suno. O CEO da Recording Industry Association of America (RIAA), Mitch Glazier, descreveu os processos como uma resposta ao “cópia descarada de vastas quantidades de gravações para inundar o mercado com imitações baratas e drenar audições e renda de artistas e compositores humanos reais.”

Em sua defesa, Suno e Udio citaram medos passados sobre sintetizadores e máquinas de bateria, argumentando que sua tecnologia não pode replicar exatamente os principais artistas.

Esses casos levantam novas questões legais, como se a IA pode usar material protegido por direitos autorais para produzir obras originais e se exceções devem ser feitas para esses casos. O conceito de “uso justo” na lei de direitos autorais provavelmente será um ponto central do debate, com empresas de IA argumentando que o uso de gravações existentes constitui uso justo, enquanto especialistas jurídicos sugerem que as IAs geradoras de música podem enfrentar desafios para provar o uso justo.

Em última análise, os desfechos desses casos podem estabelecer precedentes para o futuro da IA nas indústrias criativas, impactando artistas, empresas de tecnologia e consumidores. Para artistas como Tift Merritt, as preocupações são válidas: “Ingerir grandes quantidades de trabalho criativo para imitá-lo não é criatividade. Isso é roubo para ser competição e nos substituir.”

A indústria musical se encontra em uma encruzilhada, lidando com o debate em andamento e as disputas legais. A questão central é se uma resolução pode ser encontrada que permita o desenvolvimento da tecnologia de música por IA, ao mesmo tempo que protege os direitos e meios de subsistência dos artistas humanos.

Fonte: https://www.artificialintelligence-news.com/news/ai-music-sparks-new-copyright-battle-in-us-courts/

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23 Aug 2024

Categoria: IA, Música, Direitos Autorais

Música por IA
Lei de Direitos Autorais
Disputas Legais
Indústria Musical
Ética